Leitor, bem vindo à
primeira postagem da coluna Lanternário. Vamos, na medida do possível, mostrar
frestas de luz que tangem a Literatura e o Cinema. Não pense que essa será
sempre uma zona de conforto, talvez o texto de acomode para que deixe o vírus
da inquietação. Comecemos com um pequeno poema:
Sinta o perfume das quimeras!
Das flores e dos verdes campos.
Sinta-se...
Sinta o prfume da sociedade!
Das putas e do gozo hostil.
Sinta-se...
Sinta-se...
Pois és plebeu e rei.
Reinando a pobreza do ser.

Grenouille,
um ser estranho aos olhos da sociedade, tem um olfato aguçado, o que gera
interesse de alguns, ainda que a figura fosse totalmente desinteressante. A
busca por essa essência se dará através de diversos crimes que comete, onde
pretende “extorquir” o aroma de determinadas mulheres. A história se passa na
França do século XVIII, nosso personagem nasce nesse contexto, em meio a uma
barraca de peixes... nasceria quase morto, se não fosse tão insurgente, desde
seu nascimento. Vencendo a morte, condena sua mãe e condena sua vida também.

Esse
foi um dos fatores que levou a obra a chegar ao cinema, mais de 10 anos depois,
pois Süskind, segundo informes, não queria que sua obra se deglutisse
desmerecidamente, participando, portanto, da construção do filme em alguns
pontos. Proponho ao leitor, então, que retome a leitura do poema, logo após a
leitura do livro e do filme. Qual é a essência humana? E a essência da arte?